VLT OU BRT. NOVO MEIO DE TRANSPORTE PARA CUIABÁ

25/10/2011 12:45

 

 

VLT ou BRT.  novo meio de transporte de Cuiabá
Acima o VLT e abaixo o BRT. Fotos e diagramas: Rede EMBARQ
Acima o VLT e abaixo o BRT. Fotos e diagramas: Rede EMBARQ

Estamos já há alguns dias discutindo sobre o meio de transporte ideal para Cuiabá e Várzea Grande com vistas ao futuro e mesmo com pertinência à Copa de 2014. A Agecopa posicionou-se favorável ao BRT,  políticos de significativa força movem-se pelo VLT. E a população já sabe o que vem a ser ambos os meios de transportes? Aquilo que se discute intramuros vem ao grande público?

Creio que a população tem o indisponível direito de ser esclarecida, daí que tenho como pertinente abrir o que é um e o que é o outro meio de transporte. Ambos com vantagens e desvantagens vejamo-las:

Primeiro o VLT:

“Tentativa de definição de "light rail"

É muitas vezes complicado distinguir um sistema de light rail e um de carros-eléctricos (bonde). No caso dos elétricos, estes veículos circulam geralmente pelas ruas e partilham o espaço com o restante tráfego. Existem paragens frequentes e estas tendem a ser elementares (somente um poste ou, no máximo, um coberto). O light rail, pelo contrário, tende a circular em espaço autónomo, o que evita qualquer inteiração com outros veículos. As paragens são menos frequentes que no caso dos carros-eléctricos e aquelas podem ser simples plataformas ou até estações. Muitas redes de light rail combinam os dois sistemas, onde os veículos podem circular em espaços próprios e, noutros locais, também ter seções em ruas.

Vantagens do light rail

Os sistemas de light rail são geralmente mais baratos de construir que, por exemplo, os de metropolitano ou do tradicional trem suburbano ou comboio suburbano. Para além disso, aqueles têm maior flexibilidade em curvas apertadas.

Os carros elétricos tradicionais e os veículos de light rail são usados em várias cidades pelo mundo, pois estes permitem transportar um maior número de pessoas que qualquer autocarro. A somar a isto ainda outras vantagens: produzem menos poluição e barulho, em muitos casos mais rápidos e numa emergência são mais fáceis de evacuar do que outros meios de transporte do metropolitano. Muitas linhas modernas de light rail aproveitam antigas linhas de comboios. Exemplos disso mesmo verificam-se no Porto, Londres ou Birmingham.

Desvantagens do light rail

Uma das desvantagens deste sistema é ele não ser completamente independente do tráfego e isso pode ocasionar acidentes. E partilhando o espaço com restante tráfego faz com que a velocidade comercial seja mais baixa que, por exemplo a do metropolitano típico. Mas a exemplo do que se pode verificar no projeto do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ou Light Rail da Região Metropolitana da Baixada Santista, pode-se segregar completamente o espaço destinado aos trens do espaço urbano.”.

Finalmente o BRT

BRT (Bus Rapid Transit) é um sistema de ônibus de alta capacidade que provê um serviço rápido, confortável, eficiente e de qualidade. Com a utilização de corredores exclusivos, o BRT simula o desempenho e outras características atrativas dos modernos sistemas de transporte urbano sobre trilhos, com uma fração do seu custo.

Apesar do BRT ter sua origem baseada em ônibus, tem pouco em comum com os sistemas tradicionais de ônibus. Na maioria dos BRT implantados com sucesso, as seguintes características estão presentes:

·                     corredores exclusivos ou preferência para a circulação do transporte coletivo;

·                     embarques e desembarques rápidos, através de plataformas elevadas no mesmo nível dos veículos;

·                     sistema de pré-pagamento de tarifa;

·                     veículos de alta capacidade, modernos e com tecnologias mais limpas;

·                     transferência entre rotas sem incidência de custo;

·                     integração modal em estações e terminais;

·                     programação e controle rigorosos da operação;

·                     sinalização e informação ao usuário.

Com mais de 160 sistemas operando atualmente ou em construção, os sistemas BRT têm se tornado a melhor escolha para melhorar a mobilidade urbana em 23 países dos cinco continentes. BRT é um conceito flexível, que pode ser configurado especialmente para o mercado a que serve e ao ambiente físico onde opera.

Desvantagem

“Os sistemas BRT têm demonstrado potencial para reduzir drasticamente as emissões de CO2 - um exemplo recente do seu impacto na mudança do clima foi o primeiro corredor do Metrobús (sistema BRT da Cidade do México), que está reduzindo 35.000 toneladas de CO2 por ano, ao mesmo tempo em que melhora a mobilidade de 77 milhões de passageiros. Este sistema BRT foi concebido e implementado para servir pelo menos 45 mil passageiros por hora grande desvantagem dos BRTs, o fato de ele ocupar um espaço antes reservado aos carros, é visto por especialistas como um mal necessário. “Só ficará parado quem optar pelo transporte individual”, avalia Marcos Bicalho, presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos.

Isso não significa que as grandes metrópoles devam abandonar os projetos de construção de metrôs e trens de superfície, que continuam sendo mais ágeis e capazes de atender a demandas maiores. “Na mesma Avenida Antonio Carlos que receberá o BRT vamos construir uma linha de metrô. Só que ela pode demorar mais de oito anos para sair”, comenta Carvalho, na BRTrans. “Quando o metrô for inaugurado, podemos reduzir o número de ônibus no corredor e remanejá-los para outras áreas da cidade. Não haverá desperdício.”

Rodrigo Martins é repórter da revista CartaCapital há quatro anos. Trabalhou como editor assistente do portal UOL e já escreveu para as revistas Foco Economia e Negócios, Sustenta!,Ensino Superior e Revista da Cultura, entre outras publicações. Em 2008 foi um dos vencedores do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.”.

Penso que esses esclarecimentos podem trazer alguma luz aos que de fato se interessam pelo tema. O certo é que como sempre venho dizendo o tempo passa e o evento chegará com data certa.

Precisamos acelerar as discussões e as decisões. Nesse contexto a mudança sobre a forma de gestão na Agecopa é bem vinda, ainda que tardia.